BACIA LEITEIRA DO EXTREMO OESTE DE SANTA CATARINA: ESTUDO DO REBANHO, MANEJO E GESTÃO VISANDO A QUALIDADE DO LEITE EM UNIDADES PRODUTORAS

Autores

  • Loraine Gomes Rodrigues
  • Eliane Maria De Carli
  • Adriano Dias de Oliveira
  • Marinês Sobczak

Resumo

O estudo objetivou realizar um diagnóstico em unidades produtoras de leite vinculadas a um laticínio localizado no Extremo Oeste de Santa Catarina, visando à melhoria da qualidade e ao aumento da produtividade do leite. Para tanto, o estudo se propôs a: realizar visitas às propriedades selecionadas para levantamento de dados; conhecer e analisar o processo de gestão das propriedades; caracterizar o rebanho leiteiro; realizar análises microbiológicas e físico-químicas do leite e da água; executar treinamento para produtores e transportadores de leite; realizar visitas de acompanhamento das orientações pós-treinamento; confeccionar banner de sensibilização sobre práticas adequadas e referentes ao rebanho, manejo e gestão; e realizar reuniões periódicas com os gestores e a equipe técnica da empresa. A pesquisa foi realizada com 31 produtores fornecedores de leite para um laticínio, cuja produção leiteira fica abaixo de 100 litros/dia, necessitando aumentar o volume produzido, com qualidade e produtividade. A pesquisa possui uma abordagem quantitativa e qualitativa, e caracteriza-se quanto aos objetivos como descritiva, e quanto aos procedimentos, como um Levantamento.  Os dados foram coletados em duas etapas, em 2013 e 2014, utilizando-se um questionário estruturado, subdividido em três categorias: Gestão, Rebanho e Qualidade do Leite. Os principais resultados quanto à Gestão foram famílias pequenas e produtores com idade madura, sem perspectivas de que os filhos atuem na atividade leiteira; propriedades pequenas com duas décadas de experiência na atividade leiteira; ainda baixo percentual de propriedades que desenvolvem outra atividade além do leite; baixo nível de profissionalização e conhecimento por parte das pessoas envolvidas no processo produtivo; agricultura familiar bem caracterizada, a gerência da propriedade rural é feita pela família, o trabalho também é desempenhado por ela, e os fatores de produção pertencem à ela; o leite desempenha o papel de “atividade âncora”, em torno da qual são articuladas as demais atividades, as quais ficam subordinadas a ela em termos de alocação dos recursos. Quanto ao rebanho, observou-se que: o manejo tem disponibilidade de água limitada; as vacas em lactação pernoitam em potreiros; a maioria das propriedades utiliza touro para reprodução; muitas não têm instalações para terneiros na fase de aleitamento; o aleitamento estende-se por mais de sessenta dias; há casos de mastite em todos os rebanhos analisados; nenhum produtor utiliza a caneca de fundo preto para detectar mastite clínica e poucos utilizam o teste da raquete; poucas propriedades tem área destinada às vacas que estão próximas ao parto, resultando em perdas de animais; durante épocas de chuvas, a maioria das propriedades apresenta áreas com acúmulo de água e barro; e a produção por animal ficou abaixo de 15 litros/dia. Quanto à qualidade do leite, a análise do leite cru refrigerado para coliformes fecais e psicotrópicos indicou 100% das amostras acima dos limites estabelecidos pela IN 62. Para a água, 95% das amostras apresentaram resultados positivos e acima do limite estabelecido pela legislação, demonstrando a má qualidade da água usada para beber e para a limpeza dos utensílios utilizados para a ordenha. Os produtores devem buscar profissionalização nas três categorias analisadas: Gerencial, Rebanho e Qualidade do Leite. Necessário se faz, sistematicamente, o controle dos custos da atividade, o aperfeiçoamento do manejo do rebanho e a adoção efetiva de boas práticas de produção de leite, superando práticas costumeiras, passadas de geração em geração, que não mais correspondem à dinâmica do mercado consumidor. A avaliação de resultados e consequente projeção de melhorias deve ser uma constante, para que as propriedades produzam com qualidade e viabilidade, mantendo as famílias no campo com satisfação e qualidade de vida, oferecendo um alimento seguro e de melhor qualidade para a população.

Palavras-chave: Leite. Gestão. Qualidade.

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Publicado

29-08-2014

Como Citar

Rodrigues, L. G., De Carli, E. M., de Oliveira, A. D., & Sobczak, M. (2014). BACIA LEITEIRA DO EXTREMO OESTE DE SANTA CATARINA: ESTUDO DO REBANHO, MANEJO E GESTÃO VISANDO A QUALIDADE DO LEITE EM UNIDADES PRODUTORAS. Seminário De Iniciação Científica E Seminário Integrado De Ensino, Pesquisa E Extensão (SIEPE), 285. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/siepe/article/view/5670

Edição

Seção

São Miguel do Oeste - Pesquisa

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