Memórias dos professores-artistas de dança: experiências de seus primeiros passos e suas ressonâncias

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18593/r.v45i.21314

Palavras-chave:

Docência em Dança, Experiência, Metodologias do ensino da dança

Resumo

Ao ingressar no curso de Dança – Licenciatura, o acadêmico já possui uma trajetória com a Dança anterior ao curso e, por vezes, chega no ensino superior já atuando como docente em ambientes não formais de ensino. Este estudo teve como objetivo analisar experiências dos acadêmicos em sua trajetória na Dança e suas ressonâncias enquanto docentes. Os dados foram gerados por meio de um trabalho de uma disciplina do curso de Dança – Licenciatura, de uma universidade localizada no Sul do País, no qual 18 acadêmicos registraram suas memórias sobre suas aulas de dança enquanto estudantes no ensino não formal. Ao escrever e refletir sobre sua própria trajetória na Dança, os acadêmicos conseguem identificar ressonâncias dessas experiências enquanto docentes. Utilizamos como aporte teórico autores que abordam a experiência (LARROSA, 2016), as pedagogias no ensino da dança (STINSON, 1995) e as narrativas utilizadas em percursos de formação (JOSSO, 2007). Os relatos sinalizam que a maioria dos acadêmicos tiveram suas primeiras vivências em dança em espaços não formais ou informais de ensino e que a dança está pouco presente na Educação Básica, até mesmo como forma de nutrição estética. Os acadêmicos indicam dilemas das aulas de dança, como aulas em espaços inadequados, a pouca presença de meninos nas aulas, o preconceito e a utilização da metodologia tradicional, mesmo em diferentes espaços de ensino e estilos de dança. Alguns registros apontam vivências em aulas baseadas nas pedagogias crítica, criativa e feminista, sinalizando uma mudança de pensamento sobre a Dança no seu cotidiano docente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mariana Lopes Junqueira, Universidade do Estado de Santa Catarina

Doutoranda em Educação pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Mestre em Educação pela Universidade Regional de Blumenau (FURB, 2018). Possui Especialização em Educação Musical pela Associação Catarinense de Ensino da Faculdade Guilherme Guimbala (2012). Graduada em Artes com Licenciatura em Música pela FURB (2006) e integrante dos Grupos de Pesquisa Música e Educação (MusE) e Arte e Estética em Educação. Possui experiência na área de Artes, com ênfase em Educação Musical.

Marco Aurelio da Cruz Souza, Universidade Regional de Blumenau - FURB

Doutor em Motricidade Humana, especialidade de Dança na Faculdade de Motricidade Humana, Portugal. Mestre em Performance Artística - Dança pela Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, Portugal (2010). Possui graduação em Educação Física pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (2002) e pós-graduação em Dança Educacional, a nível de especialização pela UDESC, Universidade do Estado de Santa Catarina (2006). Membro da comissão de criação do curso de Licenciatura em Dança da FURB, Universidade Regional de Blumenau, professor e coordenador desta licenciatura. Coordenador e coreógrafo do Grupo de Danças Alemãs da FURB - Universidade Regional de Blumenau, com o qual participa de eventos e festivais na área a nível nacional e internacional, conquistando inúmeros prêmios e títulos, e idealizador no ano de 2016 dos Grupos de Danças Urbanas, de salão e contemporânea da mesma instituição. Atualmente é professor titular da cadeira Dança e Atividades Rítmicas e Dança e Saúde do curso de Educação Física da UNIFEBE (Centro Universitário de Brusque) em Brusque. Conselheiro artístico do 9o, 12o e 13o FESTFOLK, Festival Nacional de Danças Folclóricas da cidade de Blumenau, responsável pela seleção dos grupos participantes desta edição do evento no ano de 2008, 2011 e 2012. Coreógrafo convidado pela Escola do Teatro Bolshoi no Brasil para oficinas de danças Germânicas para alunos do núcleo de dança contemporânea. Ministrou aulas de dança contemporânea e dança folclórica no projeto de arte na Escola do município de Gaspar. Membro do Conselho Fiscal da ANDA - Associação Nacional dos Pesquisadores em Dança, gestão 2018-2020. Vice-presidente da APRODANÇA, Associação Profissional de Dança do Estado de Santa Catarina, gestão 2019-2020

Carla Carvalho, Universidade Regional de Blumenau - FURB

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Paraná - UFPR, Mestre em Educação pela Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI. Professora de Arte no Departamento de Arte da FURB e no Programa de Pós-Graduaçao em Educação da Universidade Regional de Blumenau - FURB. Líder do GP Arte e Estética na Educação.

Referências

BRASIL. Lei n. 13.278, de 2 de maio de 2016. Altera o § 6o do art. 26 de da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, referente ao ensino da arte. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 1, 3 maio 2016.

GEHRES, A. F. Corpo-Dança-Educação: na contemporaneidade ou da construção de corpos fractais. Instituto Piaget, Lisboa. 2008.

HOUAISS, A.; VILLAR, M. de S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

JOSSO, M. C. A transformação de si a partir da narração de histórias de vida. Educação, ano XXX, v. 3, n. 63, p. 413-438, set./dez. 2007.

LARROSA, J. Tremores: escritos sobre experiência. Tradução: Cristina Antunes e João Wanderley Geraldi. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2016.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018.

MARQUES, I. Dançando na escola. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2007.

MONTE, F. C. de S. G. O processo de formação dos professores de dança de Florianópolis. 2003. 147 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.

NÓVOA, A. (coord). Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992.

SAMPAIO. R. L.; ALMEIDA. A. R. S. Da Escola de Aprendizes Artífices ao Instituto Federal da Bahia: uma visão histórica da educação profissional. In: FARTES, V. L. B.; MOREIRA, V. C. (org.). Cem anos de educação profissional no Brasil: história e memória do Instituto Federal da Bahia: (1909-2009). Salvador: EDUFBA, 2009.

SÖÖT, A.; VISKUS, E. Contemporary approaches to dance pedagogy – the challenges of the 21st century. Procedia - Social and Behavioral Sciences, v. 112, p. 290-299, 2014. DOI: https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2014.01.1167

SPOHN, C.; PRETTYMAN, S. S. Moving is like making out: developing female university dancers’ ballet technique and expression through the use of metaphor. Research in Dance Education, v. 13, n. 1, p. 47-65, 2012. DOI: https://doi.org/10.1080/14647893.2011.651118

STINSON, S. W. Uma pedagogia feminista para dança da criança. Pro-posições, v. 6, n. 3, p. 77-89, nov. 1995.

TERRA, A. Onde se produz o artista da dança? In: TOMAZZONI, A.; WOSNIAK, C.; MARINHO, N. Seminários de dança: algumas perguntas sobre dança educação. Joinville: Nova Letra, 2010.

UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU. Projeto Pedagógico do Curso de Dança – Licenciatura. Blumenau: FURB, 2017.

Downloads

Publicado

23-07-2020

Como Citar

JUNQUEIRA, M. L.; SOUZA, M. A. da C.; CARVALHO, C. Memórias dos professores-artistas de dança: experiências de seus primeiros passos e suas ressonâncias. Roteiro, [S. l.], v. 45, p. 1–24, 2020. DOI: 10.18593/r.v45i.21314. Disponível em: https://periodicos.unoesc.edu.br/roteiro/article/view/21314. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos de demanda contínua

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.