A aula-oficina na caminhada de aprender a ser professor de História

Autores

  • Marília Gago Universidade do Minho e CITCEM - Centro de Investigação Transdisciplinar "Cultura, Espaço e Memória"

DOI:

https://doi.org/10.18593/r.v45i0.21736

Palavras-chave:

Educação Histórica, Formação de professores, Profissionalismo docente, Aula-oficina

Resumo

Ser professor de História implica o engajamento de várias áreas do saber e exige a operacionalização de operações complexas adequadas ao contexto educativo em que se inscreve. A formação de professores tem de ser capaz de desafiar e preparar os futuros professores de História para lidarem em progressão com essas operações. A aula-oficina é um caminho proposto pela educação histórica que parece se adequar ao desenvolvimento de literacia e consciência histórica. Os dados de investigação em Educação Histórica têm demonstrado que quando os aprendentes são desafiados a resolver tarefas com base em fontes, analisadas com questões de graus distintos de complexidade, promove-se o desenvolvimento do pensamento e o conhecimento histórico. Assim, propõe-se a partilha de dados de um estudo qualitativo em linha com a Grounded Theory (Teoria fundamentada), realizado por meio de uma amostragem de conveniência entre 20 alunos do mestrado em ensino da História do terceiro ciclo do ensino básico e do ensino secundário de uma universidade do Norte de Portugal, em várias fases de formação e de recolha de dados, numa lógica longitudinal e em linha com os princípios da aula-oficina – das ideias prévias à metacognição. As ideias foram recolhidas por meio de questionário de resposta aberta acerca dos seguintes construtos: consciência histórica, identidade e profissionalismo docente. As ideias partilhadas pelos alunos, futuros professores de História, sugerem que as tarefas-desafios propostas acompanhadas pelo debate das soluções encontradas e da reflexão continuada acerca do processo promoveram a consciência do seu papel e propósito de professor de História numa lógica de crescente complexidade em termos de identidade pessoal-histórica e de profissional-docente.

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Biografia do Autor

Marília Gago, Universidade do Minho e CITCEM - Centro de Investigação Transdisciplinar "Cultura, Espaço e Memória"

Pós-doutorado em Educação Histórica no âmbito do Projeto de Investigação intitulado “Consciência Histórica: Teoria e Práticas II” financiado pela FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia. Doutorado em Educação, especialização em Metodologia do Ensino de História e Ciências Sociais pela Universidade do Minho, com bolsa de doutorado concedida pela FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia. Mestre em Educação, especialização em Supervisão Pedagógica e Metodologia do Ensino de História pela Universidade do Minho. Licenciatura em História e Ciências Sociais (ensino de) pela Universidade do Minho. Autora de manuais escolares de História do ensino básico e do ensino secundário. Formadora da Direção Geral de Educação do Ministério da Educação de Portugal no âmbito da Integração, Autonomia e Flexibilidade Curricular. Formadora certificada do Ministério da Educação no âmbito de formação continuada na área de História e Educação Histórica. 

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Publicado

17-06-2020

Como Citar

GAGO, M. A aula-oficina na caminhada de aprender a ser professor de História. Roteiro, [S. l.], v. 45, p. 1–18, 2020. DOI: 10.18593/r.v45i0.21736. Disponível em: https://periodicos.unoesc.edu.br/roteiro/article/view/21736. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Seção temática:Aprendizagem histórica e formação de professores: contribuições da pesquisa em educação histórica