Seria possível uma epistemologia freiriana decolonial? Da “Cultura do Silêncio” ao “Dizer a Sua Palavra”
DOI:
https://doi.org/10.18593/r.v44i3.17527Palavras-chave:
Decolonialidade, Cultura do silêncio, Dizer a sua palavraResumo
A colonialidade está presente na construção da mente e do imaginário latino-americano. Por meio da análise bibliográfica dos estudos pós-coloniais, subalternos e decoloniais, abordam-se as diferentes formas de representação da colonialidade, tendo a “Cultura do silêncio” proposta por Paulo Freire como expressão possível dessa relação de opressão. Dessa forma, objetiva-se pensar o conceito de “Cultura do silêncio” como uma representação da colonialidade do ser, na qual os sujeitos são subjugados e retirados do direito de pronunciamento crítico do (seu) mundo, propondo o conceito “Dizer a sua palavra” como uma forma de práxis decolonial. Consideramos que a ação de “Dizer a sua palavra” passa a ser um ato de desobediência epistêmica e de humanização dos corpos e mentes dos(das) subalternizados(as)/colonizados(as)/oprimidos(as).
Downloads
Referências
ANDREOLA, B. A. A universidade e o colonialismo denunciado por Fanon, Freire e Sartre. Cadernos de Educação, Pelotas, [v. 29], p. 45-72, jul./dez. 2007.
BALLESTRIM, L. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 11. v. 1, p. 89-117, 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-33522013000200004
COSTA, S. Dois Atlânticos: teoria social, anti-racismo e cosmopolitismo.
Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.
CASTRO, A. M.; PAZ, N. I. N. O masculino não inclui o feminino! Linguagem inclusiva em debate. In: MACHADO, R. C. F.; CASTRO, A. M. (org.). Educação popular em debate. Jundiaí: Paco, 2017. p. 205-219.
CASTRO-GÓMEZ, S. Ciências sociais, violência epistêmica e o problema da ‘invenção do outro’. In: LANDER, E. (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais, perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Clacso, 2005. p. 169-186.
CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. Prólogo: Giro decolonial, teoría crítica y pensamiento heterárquico. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (org.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007.
CASTRO-GÓMEZ, S. La hybris del punto cero: ciencia, raza e ilustración en la Nueva Granada (1750-1816). Bogotá: Editorial Pontificia Universidad Javeriana, 2005.
CASTRO-GÓMEZ, S.; MENDIETA, E. (org.). Teorías sin disciplina: latinoamericanismo, poscolonialidad y globalización en debate. México: Miguel Ángel Porrúa, 1998.
CÉSAIRE, A. Discurso sobre el colonialismo. Madrid: Akal Ediciones, Col. Cuestiones de antagonismo, 2006.
ESCOBAR, A. Mundos y conocimiento de otro modo. Tabula Rasa, Bogotá, n. 1, p. 51-86, ene./dic. 2003. DOI: https://doi.org/10.25058/20112742.188
FANON, F. Os condenados da terra. Tradução: Enilce Albergaria Rocha, Lucy Magalhães. 3. ed. Juiz de Fora: Ed. UFJF, 2015.
FANON, F. Racismo e Cultura. In: FANON, F. Em defesa da Revolução Africana. Lisboa: Sá da Costa, 1980.
FIORI, E. M. Aprender a dizer sua palavra (prefácio). In: FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 41. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. p. 7-22.
FREIRE, P. Educação como prática para a liberdade: e outros escritos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970.
GROSFOGUEL, R. Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 80, v. 1, p. 115-147, 2008. DOI: https://doi.org/10.4000/rccs.697
LANDER, E. (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Colección Sur Sur, CLACSO, 2005.
LIMA, J.; GERMANO, J. O Pós-colonialismo e a pedagogia de Paulo Freire. Revista Inter-legere, n. 11, v. 1, p. 198-227, 2012.
MALDONADO-TORRES, N. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (org.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007. p. 127-168.
MEMMI, A. Retrato do colonizador precedido de retrato do colonizado. Tradução: Marcelo Moraes. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
MCCLINTOCK, A. Couro imperial: raça, gênero e sexualidade no embate colonial. Campinas: Editora da Unicamp, 2010.
MIGNOLO, W. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF, n. 34, v. 1, p. 115-147, 2008.
MIGNOLO, W. El pensamiento decolonial: desprendimiento e apertura. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (org.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007. p. 26-46.
MIGNOLO, W. Historias locales/ disenos globales: colonialidad, conocimientos subalternos y pensamiento fronterizo. Madrid: Akal, 2003.
MIGNOLO, W. Postoccidentalismo: el argumento desde América Latina. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; MENDIETA, E. (org.). Teorías sin disciplina: latinoamericanismo, poscolonialidad y globalización en debate. México: Miguel Ángel Porrúa, 1998. p. 26-46.
MOTA NETO, J. C. da. Paulo Freire e Orlando Fals Borda na genealogia da pedagogia decolonial na América Latina. In: REUNIÃO NACIONAL DA ANPED, GT 06 EDUCAÇÃO POPULAR, 38., 2017, São Luís. Anais [...]. São Luís, 2017. Disponível em: http://38reuniao.anped.org.br/sites/default/files/resources/programacao/trabalho_38anped_2017_GT06_129.pdf. Acesso em: 30 nov. 2017.
PILETTI, N.; PRAXEDES, W. Sociologia da Educação: do positivismo aos estudos culturais. São Paulo: Ática, 2010.
PIZZANI, L. et al. A arte da pesquisa bibliográfica na busca do conhecimento. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 10, n. 1, p. 53-66, jul./dez. 2012. DOI: https://doi.org/10.20396/rdbci.v10i1.1896
PRAKASH, G. Postcolonial criticism and indian Historiography. Sience as culture, n. 13, p. 8-19, 1991. DOI: https://doi.org/10.2307/466216
QUIJANO, A. Colonialidad del poder y clasificación social. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (org.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007. p. 93-126.
SAID, E. Orientalismo. Tradução: Tomás Rosa. São Paulo: Cia das Letras, 1990.
SANTOS, B. de S. Um discurso sobre as ciências. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
SARTRE, J. P. Prefácio. In: FANON, F. Os condenados da terra. Tradução: José Laurêncio de Melo. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979. p. 3-21.
SCOTT, J. (org.). Sociologia: conceitos-chave. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
SHIVA, V. Monoculturas da Mente: perspectiva da biodiversidade e da biotecnologia. São Paulo: Gaia, 2003.
SPIVAK, G. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: UFMG, 2010.
WALSH, C. (org.). Pedagogias decoloniales: prácticas insurgentes de resistir, (re) existir y (re) vivir. Tomo I. Serie Pensamiento Decolonial. Quito: Abya Yala, 2013.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Declaração de Direito Autoral
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à Revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons – Atribuição – 4.0 Internacional.