RESENHA
O P*DER DA EDUCAÇÃO E O LUGAR DA
APR*NDIZAGEM N* SOCIEDADE DO
CONHECI*E*T*: *MA SÍNTESE
LIMA, Li*í*io. *prender para ga*har, conhe*er par* competir: sobre a subordi-
nação da educaçã* na "soci*dade da aprendizagem". São Paulo: C*r*ez, 2012.
Ma*ta *uiza S**edo*
A Educação **z tudo? Com es*a pergunta o *oció*o*o portugu*s, professor
n* *nsti*uto de Edu*açã* na Uni*e*sidade *o Minho, Licínio Lima, *ra*uz uma das
quest*** mais intr*gantes para a ed*cação do t*mpo present*. Esse questionam*nt* é o
fio condutor *ue orient* as *roblema**zações *pr*sentadas ao *o**o dos trê* capítulos
que co*p*em a obra p*blicada em 2*12 no Brasil, pela e*ito*a Cortez, com o *ítu*o
A*rend*r para gan*ar, *o*hecer par* com*etir: sobre a su*ordinação da educação
na "socie*ade da aprendiz*g*m". *o *on*o des*e te**o analítico, serã* a*rese*tadas
as pr*ncipais **n*ribuições da obra para a* pesqu*s*s educaci**a*s do *osso paí*.
No decorre* *o livro f*ca evid*nciada a c*ntra*idade que * educaçã* assu-
m*u na socie**de, nos últ*mos tempos, con*tat*n*o, apesar da sua relev*n*ia, cert*
exager* *as cap*cidades e possibilid*des re**gadas a ela, presentes nos *iscurso* do
cenário político e edu*acion*l, *m termos g*rais. Em ra*ão d*s*o, ta*bém é apresen-
*ada uma reflexão sobr* a ênfase n* bus*a *elo co*hecimento economic*mente útil
* re**ável pa*a o ind*víduo, *s*abel*cendo limites ao e*pod*ramento dado à e*uca-
ção, especial*e**e q*ando dese*volve uma cr*tic* mais incisi*a à subordi*ação da
______________
* Mestranda em Educaçã* pe*a U*iversidade Federal da Front*ira Su* de C*apecó; Av. Getúlio Dorneles
*argas, 609, C*ntr*, 89812000, *hapecó, Santa Catarina, Brasil; *arta.sfre**@uffs.edu.br
Roteiro, Joaçaba, v. 3*, n. *, *. 56*-568, jul./d**. 201*
56*
M**ta Luiza S*redo
e*ucação a*s interesse* e*onômic*s vinculados ao neoliber*l*s*o. Outra disc*ssão
important* s* *e*e** à problemáti*a da pesquisa, espe*ia*ment* em educa*ão, que, na
c*ítica d* autor, está cada vez mais associada aos **teresses de mer*ado, para garantir
bons re*u*tados e r*torno fin*n*e*ro. Problematiza também as prá*icas de a*a*iação e
a influência *o saber *a* decisões políticas impl*men*adas, sobre*ud* no campo da
*ducação. Ai*da acer*a *is**, apo*t* a **dança n* for*a ** art*cul*ç*o das *elaç*es
estabel*c**as entr* educa*ão, Esta** e *ociedade c*vil e suas implicações na *ducação
de adultos, em que destaca a *mportância da educação em u*a abordagem emancipa-
tória, para q*e as Or*anizações da Socieda*e Civil nã* per*am sua *s*ênci*, sendo
engolidas pelos **eai* mercantil*stas.
Sob esse* pressupostos, o sociólogo português d**taca que, na atuali*ade,
a educação tem so*rido u*a valorização cre*cente como um meio capaz de ada*tar e
pr*par*r os sujeitos para uma s*ciedad* complexa e *ompetitiv*. O pap*l da e*ucaçã*
é garantir que os indiv*duos sejam qualifi*ad*s e tenham os c*nhecimentos exigid*s
para fazer *arte de um mund* dinâmico e com*etitivo.
O conhecim**to se torna in*ispensável p*ra que o indivíduo não *i*ue à
ma*g*m do desenvolvimento * possa faz*r parte, nas palavr*s do *u**r, "da economia
do *onhec*mento e da *ocieda*e da informação". Isso fe* co* q*e a e*ucação fo*se
perdendo espa*o p*ra a a*rendizagem *o l*ngo d* vida, que *tr*bui a cada indiv**uo a
resp**sabilidade po* s* adaptar às *uda*ça* *presentadas pel* s*ciedade.
As tramas de um mu*do cada vez m*is complexo e*igem suj*itos cada v*z
m*is p*rform*tivos e capaz*s de re*ponder mais e melho* às me*as *ue e*volvem esse
*nivers*, espe*i*lmente em re*a*ão *o *erca*o e à econo*ia, tendo c*mo base *s
princíp*os neoliberais. A visão *tilitaris*a, que ass*cia a educação à ideia d* *quisição
de *ompetên*ias e habilidades para atingir dese*volviment* econô**co * competiti-
vid*de empo***ce as p*ssibili*ades que ela tem de *erar *r*ticas t*a*sf*rma*oras *
c*íticas e esvazia as políticas ed*cacionais do c**promisso com a de*ocracia, com *
cid*dania * *o* a justiça s*cial. Para *otencializar a *ná*ise da obra, a sequência do
t*xto *borda c*da uma das pa*tes que com**em o liv*o separa*ament*, procurando
destacar suas pote*ciali**des e desafi*s.
Na in*r***ç*o, * auto* c*nduz a* análises de *orm* a i**strar o cen*rio atual
que atribui à educaçã* um *ot*ncial de mudança e transform*ção, sendo co*siderada
um investim*n*o i*div*dual, capaz
*e g*rar *a**os econômicos, * q*e denota uma
volta à T*oria do Capital Huma*o, p*o*uzida d*sde * pensamen** ec*n*mico liber*l,
*a década de 1960. Al*rta ***** sobre o *conomismo educaciona*, presente em do-
564
Disponível em: www.ed**ora.unoesc.**u.*r
Resen*a O poder *a e*uca*ã* * o luga*...
c*mentos **oduzidos p*la União Europeia, atr*buindo des**qu* à* nov*s formas de
vincul*ção entre *duca*ão e trabalh*.
*epois desta *ntrodução, e* que são est*bel*ci*a* im*ortantes discu**õ*s
que vão servi* c**o quest*es as *uai* transi*am co** p*no de fundo **ra ref**enciar
o que é aprese*tado no* di*erentes c*pítulos que com*õem o livro, * autor apres*n*a,
n* pri*eiro cap*tulo, *spectos esta**l**idos no* discursos de polí*ica ed*cac*onal que
re*ratam * e*uc**ão re*uzida a aprendizagen* que *ualificam ao d*s*nvo*vime**o
econômic*. Esta r**lexã* *onduz ao* d*sd*b*amentos da máxima co*tida na pergunta
**e *orte*a a *ber*ur* do capítulo, * re*pe*to dos *imi*** da educa*ão e se ela r*alm*n-
te tudo pode fazer. Na centralidade das discus*ões e*tá a competição mundial pelo
*onhecimento, a partir *e uma economia e de uma *ociedad* que tem como foco o
*pr**der par* g*nhar.
C*nforme * autor, se*pr* q*e * padr*o de comp*tit*v*dade *conômica é
tomad* como base para *orte** as re**r*as e**cativa*, o *etorno * educação na pers-
*ec*iva *um*nist* fi*a comprometido, alienando e apri*ion**d* os seus verdade*r*s
objetiv**.
O autor alerta qu*, sob o jugo do *odelo econômic* *igente, * ed*c*ção,
a *prendi*ag*m * o conhe*imento funcionam *omo mec**ismos d* *epro*ução muito
*f*cazes de*se sistema * dificilm*nt* estarão a*inados c*m as v*r*a*eiras id*ias-fim
da e*ucaç*o: promoção da democracia, da cr*tica e da tra*sf*rma*ão s*cial.
De ac*rdo co* o soc*ólogo, é preciso questionar para qu*m * a favor de
que* se volta o concei*o de So**edad* Cognitiva, com a *ina*idade ** que a escola e a
edu*açã* não res**tem, para a ma*oria das pe*soas, em novas f*r*as de desigu*lda*e,
**ienação * aprisionamento. N* referido c*pítu*o, f*ca e*idenciado o p*der **rib*ído
à educação, p*esente *os di*curso* e **s políticas educacionais, por meio do viés d*
superval*rização *as ap*endizage*s *ue v*o gerar qu*lifica*ão *eces**ria *ara movi-
men*ar a e*on**ia dit*d* pelas bas*s n*oliberais.
Partindo das teorizações de Ball (2**0), *e acordo c*m *ima, e* maior ou
menor inte*sidade, está h*vend* u*a tr**s*ormação no pape* *o E*tado fren** à *du-
*a*ão, que nã* est* a*hei* à eco*omia, e, ne*se con*exto, assume um caráte* cada vez
mais p*ivado e i*dividualiza*o. Nesse se*tido, o eu *mpresa**al, que surge a pa*tir
*os preceit*s econômicos do n*oliberalis*o, cond** a uma mudança de paradigma
das teorias educacionais. Pa** a pro*uçã* des*e entendimento, vale destaca* que
o
p*der da educação e da aprendizagem nã* pod* se* per*ebi*o sem que *e considerem
as r**açõe* ** poder e *e controle qu* *st*o instituci*nalizadas e *ue exercem infl*-
ência sobre ela, *xpressand*-se de *istintas mane*ras. O que f*ca e*idente é o es*ímulo
Rote*ro, Joaçaba, v. 39, n. *, p. 563-568, *ul./d*z. 2014
565
Marta Luiz* Sfredo
* co**et*tivida*e e* meio à socied*de d* conhecimento. Ness* *entido, o poder
da edu*aç*o e do conhecimento não p*deria * não deve*ia *er compreendi*o s*m
considerar as relações de pode* estab*lec*d*s e fa**icada* s*b a *ógica do inc**tivo à
competitivida*e n* sociedade do conheci*e*to.
Quando aborda mais **r*t*mente as q**stões *ue envolvem o p*de* da
educa*ão, o autor d*stac* que, se por um lado a educação não é chave para as a
transfo*ma*ões s*ciais, *o* outro nã* po*e ser reduzida a re*roduzi* * ideologia do-
min*n*e. Acer*a desse aspec*o, aponta co*o nece*sidade u*gente, especialme*te n*
c*nt*xto da educa*ã* básica, q*e preparar para o trab*lho, especialmente um tr*ba*ho
a*ie*ado, deve de*xar de ass*mir o *oco central da ativid*de e*ucativa. O autor apo*ta
*er esse o c*mi*ho para que a educação seja *e fato *onstitutiva de sujeitos.
O conceit* de educação va* g*ad*tivamente ceden*o e*paço para * ap*en-
dizagem ao l*ngo d* *i**, e, consequentemente, para to*os os seus diver*os desdo-
bramentos. Dessa forma, * id*ia de edu*ação permanente ganha mais forç*, especi*l-
me*te a par**r da *écada de *9*0, em uma *óg*ca q*e, segundo o *utor, é c*r*ct*riz*da
pelo aprender *ara ganhar. Ness* perspectiva, a compreensã* d* que * educaç*o e
a *pren*izagem t*m possib*l*dades limitadas, não indica que d*ve* s*r su*umbidas
ao dete*minismo econ*mi*o. *im* ale*ta q**, em *ma compre*nsã* de democracia
e edu*ação articuladas, a eman**pação dos *ujeitos está v*ncu***a transf*rm*ção à
social e não a u*a busca *ndividual *e ha*ili*ad*s que pe*mita* ao indivíduo maio*
competitividade.
Ne*sa lógi*a, torn*-se indispensável a cr*tica ao novo paradigma de apr*n-
dizagem, *orjado pelos prin*ípios da econ*mia *eol*ber*l, que respo**abiliza o indi-
*íduo a buscar as aprendi*agens nece**ári*s para fa*er parte da *oc*edade d* infor-
m*ção e do conheciment* e, ao mesmo tempo, *svazi* a **uc*ção *e seu **tencial
transfo*mad**, quando se volta apenas para a formaçã* do capital humano, d*termi-
nando * finalidad* da educação a* d*senvolvi*ento **onômi*o * à prod*tividade,
refletida na a*o*d**** de co*petências e habili*ades, pa*a q*e se alcance o statu* de
so*i*dade da aprendizagem e de *co*omia do c*nh**ime*to.
O segundo capítulo, in*itul*d* Sobre a pesquisa em ed*cação, *bord* a
problemát*c* re**rent* às i*vestigações educacionais. Inicialme*te, o s*ciólogo por-
t*guês d*staca a import**ci* da pesquisa, es*ecialmente a pa*tir da sua vinculação ao
pro*ress* *a economia, baseada na compet*t*vid*de. A pe*quisa em educação, nessa
*rgumenta*ão, está imersa ness* *ontexto e a*onta para a emergência do que o autor
d*nomina de um capitalismo a*adêmico. Fica evidencia*o que, a transição para
a
*conom*a do conhecim*n*o ***sa p*la i*vestiga*ão, motor do crescimento econômi-
566
Disponível e*: ww*.editora.unoesc.edu.br
R*se*ha O poder da educação e o luga*...
*o e da co****i*ivida*e. *ess* âmbito, a pesq**sa deve se* útil e, a* mesmo t*mp*,
competitiva.
A *ivalidade e a concorrên*ia, par* Li*a, funcionam como *lemento* c*n-
trai* da pesquisa e da *novação, garantindo os financiament*s nec*ssár*os e a a*cor*-
gem para a in*estigaç*o s* estabelecer sob a ég*de do conhecer para compe*ir. F**ja-
-se, assim, a *den*idad* do *e*q*isa*o* como acadêmi*o-empreended**, espec*ali**a
em assunto* determin*dos e fortement* expost*s aos e*eitos da performatividade.
*f**ma a urgên*ia em s* pensar a *espe*t* das orientações de cunho po-
l*ti**, *pistemológico e pra*mático, que perpassa* o *rabalho *om a pes*uisa e*
e**ca*ão e prob*ematiz*m questões so*re o c***eito de *scolas eficazes e s*us desdo-
*ramentos, espec*almen*e ** que se refere aos *ndica*o*es de qualidade * perfor*ati-
vidad*, embebidos nas ori*ntações da nova gestão públ*ca, que refletem diretament*
nas políticas e*ucacio*ais.
No t*rce*ro capítulo, é e*tabe*e*ida uma t*ia de relações import*n*es entr*
educ*çã*, Estado e socieda*e civil, a partir do q*e é nom*ado défi*it *emocrático.
Além disso, *ão descr*tas, t*m*ém, as tra*sform*çõe* significativas sofri*a* po* essas
esf*ras, a *artir *a crescente onda de globa*iz*ção que impl*c*u mud*nças na* fo*mas
*e governo e, consequ*ntemente, impulsi*nou estas muda*ças nas concepçõ*s educa-
tivas, n*s *iscursos e nas p*áticas peda*ógi*as.
Um dos pr*ncip**s efeitos foi o deslocame*to da educa*ão par* * apre*di-
zagem, que se *raduz na máxim* contida no título do livro "Aprend*r para ganhar
- co*hecer para competir". Essa condição reflete o p**ora** que permeia o discurso
*ol**ico a *espeito da educação em termos internacionais e que corresponde a um*
mu*a*ça d* paradigma nas *e*ações ent*e Es*ado e educação, evocando a respons*-
bilização do indivíduo por se* conhe*i*e*to, a partir *o m*mento em que atrela *
aprendizag** e a compe*i*ividade un*came**e a ganhos econômico* e * promoção
individual.
O au*or c*loca a aprendizagem atrib*ída a *ma resp*nsabil*zação indivi-
dual, como promoção pessoal, em que cada um deve buscar por *i construir aprend*-
zagens *te*s, que l*e **ra*tam *etorno financeiro. Apoiado nessa *ógic*, Lima faz um
*rev* re*g*te histórico da educação de a*ult*s *m P*rtug**, fa*endo percebe* que,
m**tas das *niciati*as *ropos*as para a área têm sido v*l**das exclusivame*te p*ra a
diplom*ção dos sujeitos, em que se *bj*ti*a também formar mão de o*ra com hab*li-
dades ec*nomicamente favoráveis.
O soci*logo *incul* a de*valorização **frida pe*a ed*cação popular *e
adultos, do tip* não escolar, e* contex*os assoc**tivos, pro*ovida por organizaç*es
Ro*ei*o, *oaça*a, v. *9, n. 2, p. 563-568, jul./de*. 2014
56*
*arta *uiza Sf**do
não governam*nt*is e *rg*niza*ões *a so*iedade ci*il, à *ubordinação d* edu*ação à
ideia de *or*ação e aprendiz*gem ao lon*o da vida, em um *i*s de valorizaç*o dos
ganhos econôm*cos. As*inala que promo*er a educação para a d**ocraci* e par*
* participa*ão cr*tic* e tran*formadora *e to*na a*go bastante complex* e *ifí*il s*
*ista*ci*do d*s práticas *emo*rátic**. Descr*ve, ainda, ao f*naliz*r o úl*i** capítulo,
que a pa***cipa*ão para a t**nsformaçã* é uma conquista his*órica, *la*s*ficada, *a*
*alavras d* autor, com* tesouro de*ocrático, herança dos movime*tos so*iais, paut*-
*os por *de*is de educação popu*ar.
O q*e fic* evidenciado *o l*ngo do livro é o dir*cionamento dado à **u-
cação, que passa a s*r consid*rada a *have para * solução dos pro*lemas sociais
e
**onômicos vive*ciad*s ** atu*l*d**e e, a* mes** *empo, sofre um pro*esso de mer-
cadorização **rcado pelas nua*ces da perfor*atividad*, esta vi*culada a um p*oces-
so de expansão dos id*ais neoliber**s, no
qual o conheciment* perde seu valor em
si e pas*a a s** medido *ela rentabilidade q*e garante ao sujeito, ou s*ja, ao retorno
ec*nôm*co que p*oduz. Realce esp*c**l é atribuíd* ao conhecimento, que p*ssa a ser
utilizado em favor da promoção de aprend*z*gens economica*ente úteis e r**t*ve*s.
Des** forma, a valorização d* ed*cação como formação human* para * desenvol-
vi*ento de*o*rático e social é substituída *el* necessidade *e f*r*ar um capi*al
humano qua**ficad*, *a*az de potenci*lizar o desenvolvimento *c*nôm*co.
É fu**amental destacar a importânci* des*a obra *ara o *studo **n*empo-
râneo das políticas educacionai*, p*oblemati*ando o* e*eitos da *c*nomia neo*iberal
no di*ecioname*to dos rum*s educacionais e seus *efl**** na forma*ão de sujeito*
cap*ze* de aprender para ganh*r e con**cer para competir.
Recebido e* 17 de setembro de 2013
Ace**o em 22 d* janeir* *e *0*4
568
Disponí*el em: www.*ditor*.u*oe*c.*du.br