Ensino da norma culta da língua como reconhecimento da legitimidade de trabalho e ação pedagógica
DOI:
https://doi.org/10.18593/r.v42i2.12972Palavras-chave:
Campo educacional, Exames, Legitimidade, Norma culta, Poder simbólicoResumo
Neste artigo aborda-se o fato de o professor, em seu discurso na sala de aula, exercer a autoridade pedagógica em uma determinada ação pedagógica, como, por exemplo, ao ensinar a norma culta da língua. O ensino da gramática normativa se transformou em “mito” nas instituições escolares. Pierre Bourdieu discute a legitimidade da ação pedagógica, em parceria com Passeron, na obra A reprodução. Em outra obra, A economia das trocas linguísticas, trata sobre as relações de comunicação realizadas por meio dessas trocas, afirmando serem elas relações de poder simbólico. Essas duas obras foram escolhidas para que seja feita uma discussão a respeito do ensino da norma culta da língua nas escolas, como forma de imposição legítima de uma formação homogênea. Pretende-se apresentar como o conjunto de agentes do campo educacional está consciente ou inconscientemente subordinado às forças de imposição do arbitrário cultural dominante, movido por interesses comuns ou individuais, como, por exemplo, o êxito nos exames, em relação ao domínio ou não dessa língua.
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