EFEITOS DA URGÊNCIA SOBRE O NÍVEL DE PARTICIPAÇÃO EM PROCESSOS DELIBERATIVOS

Autores

  • Leonardo Secchi Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA/ESAG/UDESC)
  • Juliana Kulpa Feijó Departamento de Administração Pública - DAP/ESAG/UDESC
  • Letícia Elena Ito Departamento de Administração Pública - DAP/ESAG/UDESC

DOI:

https://doi.org/10.18593/race.v14i3.6469

Resumo

Neste trabalho se apresentam os resultados obtidos a partir da análise da influência da urgência sobre o nível de participação em contextos deliberativos. A hipótese básica nesta pesquisa é que quanto menor o tempo disponível para deliberar mais concentrado é o processo deliberativo (menor nível de participação). Para testar a hipótese, foi realizado um estudo quase-experimental, no qual indivíduos foram submetidos a simulações de deliberação com alta, média e baixa urgências para posterior análise sobre o impacto da variável independente (urgência) sobre a variável dependente (nível de participação). As simulações foram gravadas em áudio e vídeo e, posteriormente, analisadas quanto à participação de cada indivíduo em relação ao total de participação dos grupos. Para a mensuração do nível de participação, adaptou-se a metodologia de cálculo do Coeficiente de Gini, adaptado para mensurar a concentração/distribuição da quantidade de intervenções dos sujeitos de pesquisa durante o processo deliberativo. Os resultados indicam que a urgência tem influência negativa sobre o nível de participação em contextos deliberativos, corroborando a hipótese da pesquisa.

Palavras-chave: Deliberação. Participação. Urgência. Tomada de decisão.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AVRITZER, Leonardo. Teoria democrática e deliberação pública, Lua Nova, n. 49, 2000, p. 25-46.

BARISIONE, Mauro. Framing a Deliberation: Deliberative Democracy and the Challenge of Framing Processes. Journal of Public Deliberation, v. 8. 2012.

BARTOL, Kathryn M., MARTIN, David C., Management. McGraw-Hill, New York, 1991.

BEN-ZUR Hasida, BREZNITZ Shlomo J. The effect of time pressure of risky choice behaviour. Acta Psychologica, vol 47, 1981, pp 89–104.

BOHMAN, James. Public deliberation. Cambridge: MIT Press, 1996.

CALSYDE, Philippe P. F. M. van de, KEREN, Gideon, ZEELENBERG, Marcel. Decision time as information in judgment and choice. Organizational behavior and Human Decision Process. vol. 125, 2014, pp. 113-122.

COASE, Ronald. The Problem of Social Cost, Journal of Law and Economics, vol.3, n. 1, 1960.

CURINI, Luigi. Vox populi – Vox Dei? (alcuni) limiti e (alcuni) paradossi della pratica deliberativa. Rivista Italiana di Scienze Politiche, vol. 2, 2006, p.231-257.

ELIAS, Norbert. Sobre o tempo. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1998.

EMMENDOERFER, Magnus Luiz. Controle do tempo: a percepção dos atores gerenciais da Usiminas S.A. 2004. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Federal de Minas Gerais, Florianópolis. 2004.

FARRAR, C.; FISHKIN, J. S.; GREEN, D. P.; LIST, C.; LUSKIN, R. C; LEVY PALUCK, E. Disaggregating deliberation's effects: an experiment within a deliberative poll. British Journal of Political Science. 2010.

FIEDLER, Fred. E. A Theory of Leadership Effectiveness, New York: McGraw-Hill, 1967.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

GRANDORI, Anna. A prescriptive contingency view of organizational decision-making. Administrative Science Quarterly, vol. 29, 1984, pp. 192-209.

GUNDERSEN, Adolf G., BOYER, Dennis. Just-in-time exploratory public discussion. Journal of Public Deliberation, vol. 8, n. 1, 2012, pp.

HERSEY, Paul, BLANCHARD, Kennet H. Management of organizational behavior : utilizing human resources. Prentice Hall, Englewood Cliffs, NJ., 1993.

IRVIN, Reneé A., STANSBURY, John. Participation in Decision Making: Is It Worth the Effort? Public Administration Review. Vol, 4, n. 1, Jan/Feb, 2004, pp. 55-65.

KERLINGER, Fred Nichols. Metodologia da pesquisa em ciências sociais: um tratamento conceitual. São Paulo: EPU, 1980.

NAGEL, Jack H. Participation. Prentice-Hall, Englewood Cliffs, N.J., 1987.

PAPADAKIS, Vassilis M., LIOUSKAS, Spyros, CHAMBERS, David. Strategic decision-making processes: the role of management and context, Strategic Management Journal, vol. 19, 1998, pp. 115-147.

PAYNE, John W., BETTMAN, James R., LUCE, Mary Frances. When time is money: decision behavior under opportunity-cost time pressure, Organizational Behavior and Human Decision Process, vol. 66, n. 2, 1996, pp. 131-152.

ROSENMAI, Peter. Lorenze curve graphing tool and Gini coefficient calculator. [on-line] Disponível em http://www.peterrosenmai.com/lorenz-curve-graphing-tool-and-gini-coefficient-calculator, Acesso em 07 de Julho de 2014.

SECCHI, Leonardo, PLEBANI, Fabrizio. The level of participation in deliberative arenas. In: Anais do XXX Enanpad. Salvador, 2006.

SELLTIZ, Claire, WRIGHTSMAN, Lawrence Samuel, COOK, Stuart Wellford. Métodos de pesquisa nas relações sociais. 2. Ed. Vol 1, São Paulo: EPU, 1987.

SIMON, Herbert A. The new science of management decision. ed. 3, Englewood Cliffs: Prentice-Hall, 1977.

STEINER, Ivan Dale, Group process and productivity. Academic Press, New York, 1972.

VROOM, Victor H. JAGO, Arthur G. The new leadership : managing participation in organizations. Prentice Hall, Englewood Cliffs, N.J., 1988.

Downloads

Publicado

05-11-2015

Como Citar

Secchi, L., Kulpa Feijó, J., & Ito, L. E. (2015). EFEITOS DA URGÊNCIA SOBRE O NÍVEL DE PARTICIPAÇÃO EM PROCESSOS DELIBERATIVOS. RACE - Revista De Administração, Contabilidade E Economia, 14(3), 905–924. https://doi.org/10.18593/race.v14i3.6469