AVALIAÇÃO DE CESARIANAS SEGUNDO CLASSIFICAÇÃO DE ROBSON EM UM MUNICÍPIO DO EXTREMO OESTE DE SANTA CATARINA

Autores

  • Thácila Aparecida Pavan Barbosa UNOESC
  • Martha Luísa Back
  • Ana Cristina Mucke

Resumo

INTRODUÇÃO: O período de gestação é um momento de adaptação tanto para a
gestante quanto para seu meio familiar, e nesta fase, os profissionais de saúde mantém
contato direto e muitas vezes único, com a mulher em idade reprodutiva, sendo de
nossa responsabilidade como equipe de enfermagem, prepará-la e orientá-la sobre os
períodos da gestação, mudanças corporais, prós e contras a respeito do parto
cesariana, métodos contraceptivos pós gestação e quaisquer dúvidas que possam
surgir ao longo do tempo. Atualmente, as taxas de cesariana seguem aumentando
sem causa específica, onde a grande parte dos relatos são de gestantes que optam
por cesárea devido as inseguranças do trabalho de parto. De acordo com Silva, S.P.C
et al, 2014, a grande parte das gestantes manifesta preferência para parto cesariana
devido ao pré natal insatisfatório no quesito orientação, resultando em procedimentos
desnecessários e cesarianas indevidas. Criado em 2001 pelo médico Irlandês, Michael
Robson, a Classificação de Robson tem como objetivo analisar grupos de gestantes
clinicamente relevantes, comparando as taxas de cesariana e suas diferenças, em
instituições de saúde ao longo do tempo. Em 2015, a OMS recomendou que todas as
instituições aderissem à classificação de Robson como instrumento padrão para a
avaliação, monitorização e comparação de taxas de cesarianas em ambientes
hospitalares, pois, utilizando a escala de Robson, é possível identificar as taxas de
cesáreas e focalizar as intervenções em grupos específicos, que sejam particularmente
relevantes em cada estabelecimento de saúde. OBJETIVO: Analisar as taxas de cesarianas por grupo de Robson realizadas entre os anos de
2016 a 2020, em um pequeno município do Extremo Oeste de Santa Catarina.
METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa quantitativa do tipo descritiva exploratória,
com utilização de dados públicos disponíveis no painel de monitoramento de nascidos
vivos segundo a Classificação de Risco Epidemiológico Grupos de Robson.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para a Classificação de Robson utilizam-se 6
conceitos obstétricos: a quantidade de paridade, cesáreas anteriores, início do
trabalho de parto, idade gestacional, apresentação fetal e número de fetos. A
classificação divide-se em 10 grupos e a gestante quando uma vez inserida em qualquer
grupo, automaticamente ela é excluída de todos os outros. Em cinco anos a média de
cesáreas realizadas no município pesquisado foi de 193, registrando a maior taxa em 2020,
que ultrapassou o marco de 80%. A Classificação de Robson nestes registros revelam
dados importantes, onde na maioria dos casos, as cesáreas são feitas sem indicação
clínica ou por escolha de gestantes mal orientadas durante o pré natal e pré parto. Os
anos de 2016 a 2020 apontam taxas de parto cesariana acima de 70% em gestantes
pertencentes ao grupo 1, valor extremamente preocupante devido ao fato de que estas
gestantes são nulíparas com feto único, apresentação cefálica, ≥ 37 semanas e
estavam em trabalho de parto espontâneo, com um excelente prognóstico para parto
normal. Já no ano de 2019 foi o ano com maior índice, registrando uma taxa de 86,08%,
e em contrapartida, o menor índice foi registrado no ano de 2017 com 74,31%. Gestantes
multíparas com pelo menos uma cesárea anterior, com feto único cefálico, ≥ 37 semanas
são pertencentes ao grupo 5, o qual também destaca-se entre os demais grupos, devido
ao alto percentual durante todos os anos, principalmente em 2018, onde houve 100% parto
cesarianas neste grupo de gestante. Analisando os dados divulgados, é indiscutível que
o número de cesáreas realizadas atualmente ainda é alto, principalmente em grupos
que o parto vaginal deveria ser a primeira opção. Ressalta-se que ao informar a
gestante sobre os benefícios do parto normal, espera-se que as taxas de cesarianas
eletivas diminuam gradativamente. No entanto o aumento dos percentuais de
cesariana indicam que ainda ocorre fragilidades neste processo, tanto de informação
quanto na escolha pela via de parto. Segundo Vogt (2014), o conhecimento do enfermeiro sobre questões obstétricas e o
entendimento a cerca da classificação de Robson, pode favorecer o processo fisiológico
do parto, auxiliando a equipe multiprofissional e evitando intervenções desnecessárias.
CONCLUSÃO: A classificação de Robson mostra-se ser uma ferramenta imprescindível
para identificar quais grupos de gestantes ocorreram mais cesarianas, proporcionando
a equipe multidisciplinar dados concretos, tornando possível a criação de estratégias
eficazes, focalizadas na redução de cesarianas sem indicações específicas, bem como,
evitar intervenções desnecessárias à gestante. Concluimos com este estudo que, o
número de cesarianas ainda é extremamente elevado e sugere-se estratégias para
diminuir estes percentuais dando maior atenção aos grupos que tem maior prognóstico para
ocorrência de parto normal bem como criar protocolos e aprofundar o conhecimento da
equipe para atender estes grupo de gestantes.

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Publicado

2022-03-15

Como Citar

Aparecida Pavan Barbosa, T., Luísa Back, M. ., & Cristina Mucke, A. (2022). AVALIAÇÃO DE CESARIANAS SEGUNDO CLASSIFICAÇÃO DE ROBSON EM UM MUNICÍPIO DO EXTREMO OESTE DE SANTA CATARINA. Anuário Pesquisa E Extensão Unoesc São Miguel Do Oeste, 7, e30032. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/apeusmo/article/view/30032

Edição

Seção

Área das Ciências da Vida e Saúde – Resumos expandidos