COMORBIDADES DOS PACIENTES INTERNADOS NO CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA

Autores

  • Marzelí Pauletti UNOESC São Miguel do Oeste
  • Jessica Mayara Wolfart

Resumo

Introdução: As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são ambientes de alta complexidade no meio hospitalar, que oferecem suporte avançado de vida a pacientes em estado crítico (Ferreira, 2017). Nos últimos anos, a busca e a escassez de leitos nas UTIs públicas brasileiras vem aumentando e é necessário conhecer o perfil epidemiológico dos pacientes assistidos, a fim de potencializar os recursos terapêuticos e diminuir o tempo de internação, resultando na maior rotatividade de leitos e aprimoramento do conhecimento dos profissionais. (França et al., 2016;). Objetivo deste estudo é identificar o perfil epidemiológico dos pacientes internados em um Centro de Terapia Intensiva Adulta (CTI) de um Hospital Universitário do Estado do Rio Grande do Sul entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Metodologia: Estudo transversal, documental, retrospectivo, de caráter exploratório e abordagem quantitativa. Recorte de um Trabalho de Conclusão de Residência em Saúde do Adulto e Idoso em uma Unidade de Terapia Intensiva Adulto do Estado do Rio Grande do Sul. O estudo foi realizado com analise de 975 prontuários de pacientes admitidos no CTI. A associação da idade dos pacientes com sexo e comorbidades foi averiguada utilizando-se o teste T para amostras independentes de acordo com as hipóteses do teste. A associação do sexo do paciente com comorbidades foi avaliada com base no teste x2, também de acordo com as hipóteses deste, enquanto anormalidade dos dados foi analisada como teste de Kolmogorov- Smirnov. Em todos os testes, p < 0,05 foi considerado indicador de significância estatística. Os dados foram analisados no programa SPSS 21.0. Estudo aprovado pelo Comitê de ética da Universidade Luterana do Brasil ULBRA/Canoas-RS, com o parecer de nº 1.786.648. Resultados: Este estudo demonstrou que a maioria dos pacientes admitidos no CTI apresentou agravamento da sua condição no decorrer da internação, os quais alguns vieram a óbito e esse agravamento pode ter sido ocasionado por vários fatores, como comorbidades (HAS, diabete melito e insuficiência cardíaca), tempo de internação e/ou procedimentos invasivos. Estudos epidemiológicos relatam que as comorbidades estão associadas à maior incidência de sepse e elevada mortalidade de pacientes internados apresentando essa condição. As comorbidades mais frequentes foram a diabete melito (19,9%) e HAS (16,3%)(Instituto Latino Americano de Sepse [ILAS], 2015). Na UTI clínica, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) foi a patologia mais frequente, diagnosticada em 128 pacientes (95,4%) seguida de tabagismo, o qual foi observado em 59 internados (44%). A HAS também teve maior prevalência na UTI cirúrgica, sendo registrada em 723 pacientes (86%). A cardiopatia foi seguida de diabete melito e insuficiência cardíaca, diagnosticadas em 627 (74,6%) e 549 (70,6%) pacientes, respectivamente. Conclusão: As informações obtidas indicam que os dados epidemiológicos coletados em UTIs desempenham papel crucial à aplicação de novos recursos, tecnologias e tratamentos, pois permitem desenvolver estratégias e condutas focadas na implantação de protocolos e na revisão criteriosa do processo de trabalho, visando a qualidade assistencial e assistência integral ao paciente. Uma vez que o estudo revela o alto índice de comorbidades, sugere-se a promoção de estratégias para prevenção das doenças e hábitos que possam influenciar negativamente durante algum tratamento, sensibilizando crianças e adultos quanto os fatores epidemiológicos identificados e como interferem no dia a dia dos pacientes e familiares, por meio de palestras, dinâmicas de grupo e apresentação de casos e fatos reais.

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Publicado

2019-06-24

Como Citar

Pauletti, M., & Wolfart, J. M. (2019). COMORBIDADES DOS PACIENTES INTERNADOS NO CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA. Anuário Pesquisa E Extensão Unoesc São Miguel Do Oeste, 4, e21176. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/apeusmo/article/view/21176

Edição

Seção

Área das Ciências da Vida e Saúde – Resumos expandidos