@article{Kochenborger_Bühring_Schünemann_Bavaresco_2019, title={“ME FORMEI E AGORA”: RELEITURA DAS ACADÊMICAS DO 10° PERÍODO SOBRE A EXPERIÊNCIA NA COORDENAÇÃO DE TERAPIA EM GRUPO NO 6º PERÍODO}, volume={4}, url={https://periodicos.unoesc.edu.br/apeusmo/article/view/20603}, abstractNote={<p>INTRODUÇÃO: A experiência de conduzir um grupo psicoterapêutico é muito desafiadora, necessita de alguns anos de prática e o desenvolvimento de características empáticas e facilitadoras a quem pretende empreender tal tarefa. No curso de Psicologia é de extrema importância abordar questões relacionadas a tal prática, bem como proporcionar a experiência aos acadêmicos de coordenar e co-coordenar tais grupos, pois está será uma ferramenta que tem grandes chances de ser utilizada após a formação e precisa estar bem lapidada, Neste sentido é necessário que os facilitadores façam um bom <em>rapport</em> e tenham a desenvoltura e a percepção do grupo no geral. Quando os grupos são temáticos surge a capacidade de explorar um assunto em específico que a população atingida considere importante, sempre levando em consideração o surgimento do tema como demanda do grupo. Neste sentido, entendemos que uma demanda latente no 6º período de Psicologia foram as angústias e desafios relacionados a prática da profissão, mais especificamente logo após se formar e levando isso em consideração para a prática do grupo abordamos o tema “Me formei e agora?” em nossa prática grupal oportunizada pelo componente curricular de Técnicas de Grupo. OBJETIVO DO RESUMO: O presente resumo pretende relatar a experiência na coordenação de psicoterapia em grupo no 6° período de psicologia no ano de 2017, e  ainda fazer uma releitura de tal experiência com as percepção das coordenadoras do grupo, hoje no 10º período.  METODOLOGIA: A atividade iniciou-se com a reflexão sobre o tema “<em>me formei e agora”, </em>abordando as questões das angústias vivenciadas pelos acadêmicos de psicologia após se formar no curso, sempre enfatizando a questão do sigilo e da total atenção ao grupo para que este pudesse interagir de forma produtiva e catártica. DESENVOLVIMENTO: Segundo FARAH, 2009, o grupo terapêutico é formado por pessoas singulares cada qual com a sua subjetividade e então “[...] Pouco a pouco, à medida que o grupo vai acontecendo, as formas peculiares dos membros de interagir com o mundo vão sendo reveladas.” Assim pudemos perceber como cada indivíduo reage frente às angústias derivadas do momento da conclusão final do curso e o ingresso ao mundo do trabalho, agora como psicólogo. No decorrer da terapia em grupo surgiram muitos assuntos descontraídos, assim como alguns com maior carga emocional.</p> <ul> <li class="show"><strong><em>Das expectativas</em></strong>: Inicialmente possuíamos muito medo do silêncio do grupo em relação ao nosso assunto, mas logo que iniciamos o grupo nossos temores se esvaíram aos poucos, pois o grupo foi bastante interativo inclusive se dispersando do tema sugerido, neste momento fomos capazes de trazê-los de volta ao foco com certa facilidade e conseguimos manter uma boa abertura dos participantes. Ainda a nosso ver, conseguimos proporcionar um ambiente onde os sentimentos dos indivíduos do grupo eram aceitos e tratados com respeito tornando o processo uma forma de empatia, aceitando as angústias como algo inerente do se humano e criando campo fértil para o alívio de muitas tensão como nos explica Yalom(2006)</li> </ul> <p>“O fato de ser aceito pelos outros desafia a crença do paciente de que ele é basicamente repugnante, inaceitável e detestável [...]O grupo aceitará um indivíduo desde que ele siga as regras de procedimento do grupo, independentemente de experiências de vida, transgressões ou fracassos socais passados” (p. 63).</p> <p>Tendo isto como referência, buscamos sempre em nossa coordenação deixar os membros do grupo o mais confortáveis possível para que pudessem falar sobre os seus sentimentos mais profundos sem medo de julgamento.</p> <ul> <li class="show"><strong><em>Do desenvolvimento da psicoterapia em grupo:</em></strong> Como já explanado, o grupo que coordenamos foi muito participativo e colaborou bastante para reflexões valiosas em relação à prática psicológica, e que nós acadêmicos compreendemos como a nossa futura profissão, desta forma acreditamos ter conduzido a terapia da forma “democrática pela coesão espontânea não induzida pelos líderes”, como nos aponta Andaló (2001). Assim assumimos a responsabilidade como coordenadores do grupo e nos colocando como tais, compreendendo-nos como sujeitos ativos da psicoterapia, agindo como facilitadores e percebemos que nossa forma de agir interfere diretamente no funcionamento do grupo, como explica Zimermann: “o modelo das lideranças é o maior responsável pelos valores e características de um grupo, seja ele de que tipo for” (1997, p. 47).</li> <li class="show"><strong><em>Das considerações finais: </em></strong>Gostaríamos de reiterar a eficácia da terapia em grupo, independente do método seguido ou da teoria abordada, pois ela é uma forma de grande valia para o pertenciamento social do indivíduo e pela assimilação de que existem pessoas que passam pelas mesmas angústias de que ele, diminuindo consideravelmente o sofrimento. Ainda a capacidade de proporcionar um momento//local onde as pessoas podem demonstrar seus medos, angústias e sentimentos mais profundos faz da psicologia a ciência maravilhosa que ela é, encarando todos os seres humanos com muito respeito e consideração. Por fim para nós acadêmicos essa experiência é muito valiosa pois este ´r o momento que podemos estar em contato com a práxis e desenvolver nossas habilidades, podendo errar e contando com uma orientação eficaz que vai nos aprimorando aos poucos não só como profissionais psicólogos mas como pessoas.</li> </ul> <p>RELEITURA: Como acadêmicas do 10° período de psicologia em releitura de experiência, pudemos perceber a nossa insegurança e ingenuidade na condução de nosso primeiro grupo psicoterapêutico, resultados esperados frente ao nosso conhecimento e prática da época. Hoje após estágios e alguns desafios relacionados, temos a segurança de afirmar que evoluímos muito em nossa capacidade de facilitar grupos psicoterapêuticos em geral e conduzir grupos temáticos das mais diversas demandas. Acreditamos que o psicólogo deve utilizar grupos como uma ferramenta essencial em seu trabalho apostando nesta prática como uma forma de potencializar indivíduos e promover a autonomia. Ainda ressaltamos a necessidade de formar grupos a partir da demanda da população que se pretende atingir e não por identificação pessoal com o assunto ou tema. Mesmo que os grupos possam ser conduzidos de diversas formas, temos a certeza que, se instaurado um clima de segurança e acolhimento, os indivíduos poderão se expressar de forma catártica e desmistificar crenças pessoais errôneas acerca de si e do mundo que percebem. Cabe ainda enfatizar a importância do sigilo que é regra fundamental em nossa profissão, o respeito com a experiência do outro, o exercício da escuta empática e a capacidade de ouvir sendo estas habilidades que o profissional de psicologia deve desenvolver e aprimorar.</p> <p>No que se refere às angustias da profissão, agora no 10º período, elas ainda persistem e acreditamos que nunca as sanaremos, contudo, isto nos movimenta nos faz perceber novas formas de atuação, locais de inserção e demandas da comunidade e região, nos conduz a desenvolver novas habilidades e conhecimentos e nos insere em uma dinâmica profissional que está diretamente ligada à psicologia, a dinâmica de se transformar. Hoje estamos mais seguras das nossas capacidades frente aos grupos em virtude desta nossa primeira intervenção onde iniciamos nossa transformação no que somos hoje.</p> <p>REFERÊNCIAS<br>ANDALO, Carmen Silvia de Arruda. O papel de coordenador de grupos. Psicol. USP [online]. 2001, vol.12, n.1.</p> <p>FARAH, A. B. A. Psicoterapia de grupo: reflexões sobre as mudanças no contato entre membros do grupo durante o processo terapeutico. Revista IGT na Rede, v.6, nº.11. UERJ, Rio de Janeiro, 2009.<br>YALOM, I. D. & YALOM, M. L. Psicoterapia de grupo: teoria e prática; Tradução Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre. Artmed, 2006.<br>ZIMERMANN, D. E. Atributos desejaveis para o coordenador de grupo. in D. E. Zimermann, & L. C. Osório et. al. Trabalhar com grupos. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 1997.<br>E-mail: carolinesk@hotmail.com; fernandabhrg@hotmail.com;</p>}, journal={Anuário Pesquisa e Extensão Unoesc São Miguel do Oeste}, author={Kochenborger, Caroline and Bühring, Fernanda Luiza and Schünemann, Sirley and Bavaresco, Ângela Maria}, year={2019}, month={maio}, pages={e20603} }