ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DE IDOSOS COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO-TRANSMISSÍVEIS: NOTA PRÉVIA

Autores

  • Cláudia Bruna Perin
  • Danieli Covalski
  • Fernanda Lenkner
  • Crhis Netto de Brum
  • Samuel Spiegelberg Zuge Universidade do Oeste de Santa Catarina

Resumo

Introdução: As doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) são responsáveis por muitas mortes e doenças em diversos países, seja de alta, média ou baixa condição socioeconômica (GOULART, 2011). O processo de envelhecimento está associado a uma maior probabilidade de acometimento por DCNT. O envelhecimento normal envolve alterações moleculares, morfofisiológicas e funcionais. Estas alterações estão associadas à idade e ao acúmulo de danos ao longo da vida, que inclui a soma de fatores genéticos e hábitos não saudáveis (GOTTLIEB et al., 2011). As questões norteadoras e os desafios que são base para o desenvolvimento desta pesquisa tem como foco principal a adesão por idosos ao tratamento para diabetes e hipertensão arterial e os fatores que interferem na correta adesão. Assim, tem-se como questão de pesquisa: quais os fatores que interferem na adesão ao tratamento de condições crônicas não transmissíveis no idoso? Para que os profissionais de saúde possam qualificar o acompanhamento, avaliar se o indivíduo compreendeu ou está compreendendo o tratamento e estimular a coparticipação é necessária que a operacionalização das atividades nas Estratégias Saúde da Família (ESFs) seja avaliada. Assim, o maior tempo para o diálogo e educação em saúde, tanto nas consultas, quanto nas atividades coletivas, pode ser eficiente na adesão ao tratamento. Além disso, a atuação da equipe da Estratégia Saúde da Família através das visitas domiciliares pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e das consultas médicas e/ou de enfermagem mensais são estratégias que podem auxiliar para que o processo de adesão seja efetivo e os impactos ao sistema de saúde e aos usuários sejam menores (COUTINHO; SOUZA, 2011). Acredita-se que o conhecimento por parte dos profissionais de saúde, pacientes e familiares sobre como está a adesão ao tratamento para DCNT e os fatores que interferem nela possibilita uma melhor qualidade no tratamento. Assim, este estudo contribuirá para a melhor adesão ao tratamento para DCNT nas Estratégias Saúde da Família pesquisadas, em consequência, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Objetivos: analisar os fatores que interferem no contexto de vida de idosos com Condições Crônicas de Saúde não transmissíveis; analisar os fatores que interferem na adesão ao tratamento medicamentoso de idosos com Condições Crônicas de Saúde não transmissíveis. Método: Trata-se de um estudo descritivo-exploratório de abordagem quantitativa. O campo de estudo será nas Estratégias Saúde da Família dos bairros Agostini, Salete e São Luiz (microcontexto), localizadas no município de São Miguel do Oeste (macrocontexto), no Extremo Oeste de Santa Catarina. A amostra do estudo será composta por aproximadamente 350 sujeitos (nível de confiança 95% e erro amostral 7%). Serão incluídas as pessoas, independente do sexo, com idade igual ou superior a 60 anos, que possuírem hipertensão arterial e/ou diabetes e que fazem tratamento medicamentoso controlado para estas doenças. Serão excluídas as pessoas com idade inferior a 60 anos e que não fazem uso de medicação controlada para hipertensão e/ou diabetes. A coleta de dados já teve inicio no mês de agosto, e irá até novembro de 2017. A seleção dos participantes esta ocorrerendo de duas maneiras: 1) Nas ESFs, para os idosos com hipertensão e/ou diabetes que vierem para atendimento, retirada de medicamentos, entre outras situações que necessitarem comparecer à instituição; 2) Por meio de visitas domiciliares, que serão programadas com os Agentes Comunitários de Saúde das ESFs. Para a coleta de dados serão utilizadas as dependências das ESFs ou o domicílio/residência dos sujeitos pesquisados. Esta sendo utilizado um instrumento composto por: 1) Questionário de caracterização da população do estudo, que integrará: dados sociodemográficos, econômicos e perfil clínico; 2) Escala de Adesão Terapêutica de Morisky-Green; 3) Escala de Avaliação da Qualidade de Vida (WHOQOL-bref); 4) Escala de Depressão Geriátrica; 5) Escala das Atividades da Vida Diária (AVD); 6) Mini Exame do Estado Mental; 7) Edmonton Frail Scale. Os dados coletados serão digitados no programa Epi-info ®, versão 7, e após verificação de erros e inconsistências serão analisados estatisticamente no Programa PASW Statistics® (Predisctive Analytics Software, da SPSS Inc., Chicago – USA) versão 18.0 for Windows. Serão realizadas análises descritivas e bivariada, buscando a relação entre o contexto de vida do idoso, assim como a adesão ao tratamento medicamentoso, em relação as demais variáveis. O projeto recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UNOESC/HUST, parecer: 2.092.864.. O projeto respeitará os preceitos éticos da Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Objetivando a garantia do sigilo e anonimato, esta sendo solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A pesquisa terá o compromisso com a privacidade e a confidencialidade dos dados utilizados, preservando o anonimato dos sujeitos de pesquisa. Esta pesquisa, segundo a classificação da Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) 466/2012 é de risco mínimo, pois, é realizada através de questionário sem invasão alguma a privacidade e autonomia dos participantes. Os resultados serão divulgados a partir de meio científico. Além disso, serão confeccionados banners com os principais achados da pesquisa que ficarão disponíveis nas ESFs dos bairros Agostini, Salete e São Luiz e na UNOESC de São Miguel do Oeste. Resultados Esperados: os resultados desta pesquisa permitirão: entender como está a adesão à terapia medicamentosa para as doenças crônicas não-transmissíveis nos idosos das ESFs supracitadas; conhecer os fatores que interferem no contexto de vida de idosos com doenças crônicas não-transmissíveis; conhecer os fatores que interferem na adesão ao tratamento medicamentoso de idosos com doenças crônicas não-transmissíveis; maior conhecimento por parte dos familiares e profissionais de saúde sobre o contexto de vida e a adesão à terapia medicamentosa para DCNT pelos idosos, melhorando assim, a assistência a esses indivíduos; melhorar a adesão e a qualidade de vida dos sujeitos pesquisados; contribuir para o conhecimento na área da enfermagem no que se refere ao tema; além disso, esperamos que o estudo sirva de base para outras pesquisas que possam complementar esse tema de grande relevância para a saúde pública. Conclusão: As doenças crônicas nãotransmissíveis possuem grande relevância nos dias atuais devido ao grande impacto que trazem para a sociedade. Além de alterarem a vida dos indivíduos acometidos, que precisam se adaptar ao uso de medicamentos controlados e desenvolver hábitos saudáveis, afetam também os familiares, que muitas vezes precisam mudar suas vidas para ajudar o familiar doente, principalmente quando este é idoso. Assim, é de extrema importância que haja uma correta adesão ao tratamento medicamentoso pelos idosos que possuem estas doenças. Diante disso, espera-se que, com esse estudo seja possível entender como está a adesão ao tratamento medicamentoso em idosos com DCNT nas ESFs pesquisadas e os fatores que interferem nela e no contexto de vida destes indivíduos, proporcionando maior conhecimento aos familiares e profissionais de saúde, visando qualificar a assistência, melhorando também a adesão e a qualidade de vida dos sujeitos pesquisados, contribuindo para o conhecimento na área da enfermagem e permitindo que novas pesquisas sobre o tema surjam. Palavras-chave: Idoso. Doenças crônicas não-transmissíveis. Adesão à medicação. Estratégia Saúde da Família.

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Biografia do Autor

Samuel Spiegelberg Zuge, Universidade do Oeste de Santa Catarina

Enfermeiro. Doutorando em Enfermagem pelo PPGENF Universidade Federal de Santa Maria (UFSM/RS). Mestre em Enfermagem pela UFSM/RS. Licenciado em Educação pelo curso de Formação de Professores para a Educação Profissional da UFSM/RS e Especialista em Gestão de Organização Pública em Saúde pela UFSM. Pesquisador colaborador do Grupo de Pesquisa em Psicologia da Saúde da UFRGS e participante do Grupo de Estudo e Pesquisa Interdisciplinar Saúde e Cuidado da UFFS. Bolsista de Doutorado/CAPES. Professor colaborador da Universidade do Estado de Santa Catarina. Professor Efetivo da Universidade do Oeste de Santa Catarina - Campus SMO. Tem experiência profissional na área da Enfermagem com ênfase em Clínica Cirúrgica e Médica, Centro Cirúrgico, CME e Sala Recuperação Anestésica. Atua nos seguintes temas: abordagem quantitativa, saúde do adulto e idoso,Centro Cirúrgico, Diagnóstico de Enfermagem, Processo de Enfermagem, Condições Crônicas de Saúde, Adesão ao tratamento medicamentoso e questões relacionadas a vulnerabilidade.

Referências

COUTINHO, Fernanda H. P.; SOUSA, Islândia M. C. de. Percepção dos indivíduos

com hipertensão arterial sobre sua doença e adesão ao tratamento

medicamentoso na Estratégia de Saúde da Família. Rev. Baiana saúde

pública. v. 35, n. 2, p. 397-411, abr./jun. 2011. Disponível em:

<http://files.bvs.br/upload/S/0100-0233/2011/v35n2/a2460.pdf >. Acesso em:

jan. 2017.

GOTTLIEB, Maria G. V. et al. Envelhecimento e Longevidade no Rio Grande do

Sul: um perfil histórico, étnico e de morbi-mortalidade dos idosos.

Rev. bras. geriatr. gerontol., Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 365-380, 2011.

Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v14n2/v14n2a16>. Acesso em:

fev. 2017.

GOULART, Flávio A. de Andrade. Doenças Crônicas Não Transmissíveis:

estratégias de controle e desafios e para os sistemas de saúde. Brasília:

Ministério da saúde, 2011, 96 p. Disponível em:

https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/4857.pdf>.

Acesso em: 18 mar. 2017.

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Publicado

2017-11-01

Como Citar

Perin, C. B., Covalski, D., Lenkner, F., Brum, C. N. de, & Zuge, S. S. (2017). ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DE IDOSOS COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO-TRANSMISSÍVEIS: NOTA PRÉVIA. Anuário Pesquisa E Extensão Unoesc São Miguel Do Oeste, 2, e15783. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/apeusmo/article/view/15783

Edição

Seção

ACV Resumos expandidos