TY - JOUR AU - Oliveira, Karine de AU - Marques, Luciano AU - Marques, Roberto PY - 2018/10/02 Y2 - 2024/03/29 TI - Aspectos referentes às diferenças sociais no parto – fatores comparativos ao atendimento público e privado em Joaçaba, SC JF - Anais de Medicina JA - AM VL - 0 IS - 1 SE - Resumos DO - UR - https://periodicos.unoesc.edu.br/anaisdemedicina/article/view/18995 SP - 25-26 AB - <p><strong>Introdução</strong>: No Brasil, o acesso aos serviços de saúde é marcado por fortes desigualdades sociais. Tem-se uma organização do tipo mista, na qual de um lado há o Sistema Único de Saúde (SUS) e, de outro, o sistema privado. Freitas et al. (2005), em seu estudo, associam várias formas de desigualdade social ao risco de cesariana no Brasil e no mundo, principalmente envolvendo fatores socioeconômicos, geográfico-territoriais, etários e étnicos. Refere, ainda, que no Brasil as altas taxas de cesariana são relacionadas a mulheres com melhores condições socioeconômicas, de etnia branca e que fazem o parto em hospitais privados. <strong>Objetivo</strong>: Investigar as possíveis desigualdades sociais no atendimento de gestantes durante o pré-natal e no parto, em dois hospitais, sendo um público e outro privado, no Município de Joaçaba, Estado de Santa Catarina. <strong>Metodologia</strong>:<strong> </strong>O presente estudo tem delineamento transversal e analisa dados referentes a 218 partos de mulheres com gravidez única e parto hospitalar ocorridos em dois hospitais, um público (Hospital Universitário Santa Terezinha) e um privado (Hospital e Maternidade São Miguel) em Joaçaba, SC. As informações foram obtidas retrospectivamente por meio de entrevistas realizadas no pós-parto imediato e pela coleta de dados a partir de prontuários clínicos e registro de admissão parto e pós-parto. <strong>Resultados</strong>: Ao comparar os atendimentos público e privado, as mulheres que realizaram o parto no sistema privado apresentaram idade, escolaridade e renda familiar mais elevada quando comparadas às mulheres que fizeram o parto no SUS. A proporção das mulheres com mais de nove anos completos de escolaridade foi o dobro daquela encontrada entre as mulheres no SUS, enquanto a proporção com renda superior a cinco salários mínimos foi oito vezes maior entre o grupo privado. A proporção de mulheres com pelo menos seis consultas pré-natais, conforme estipulado pelo Ministério da Saúde, foi 60% maior entre as parturientes do sistema privado comparadas às do SUS. Da mesma maneira, o início mais precoce do pré-natal ocorreu mais frequentemente entre essas mulheres. De acordo com os resultados, as chances de cesariana foram mais de nove vezes maiores entre as mulheres que realizaram parto no hospital privado comparadas àquelas que tiveram o parto no SUS. <strong>Conclusão</strong>: Conclui-se que as mulheres que podem realizar o parto no sistema privado, potencialmente de menor risco obstétrico, são também aquelas com maior número de consultas pré-natal, as que mais frequentemente são vistas por um obstetra e, paradoxalmente, aquelas que planejam, querem e tem mais acesso à cesariana, trazendo claramente à tona, além do uso excessivo de tecnologia no nascimento, as desigualdades sociais no atendimento ao parto.</p><p>Palavras-chave: Diferenças sociais. Taxa de cesáreas. Público. Privado.</p> ER -