FATORES ASSOCIADOS À NEFROPATIA DIABÉTICA EM PACIENTES DE UM MUNICÍPIO RURAL DE SANTA CATARINA

Autores

  • Denis Conci Braga
  • Mariane Panka
  • Suzane Cabral UNOESC

Resumo

A nefropatia diabética ocorre em até 40% dos indivíduos com diabetes mellitus tipo 1 e em 10% a 40% daqueles com tipo 2. Ela representa a principal complicação microvascular do diabetes e a maior causadora de insuficiência renal em todo o mundo (MOREIRA, 2008). Dessa forma, o cálculo da taxa de filtração glomerular (TFG) é fundamental para a avaliação da função renal desses pacientes. O objetivo com este trabalho foi verificar a presença de nefropatia diabética no Município de Água Doce, região Meio-Oeste de Santa Catarina. Ainda, correlacionar fatores como sexo, faixa etária, IMC, uso de insulina, risco cardiovascular e hemoglobina glicosilada (Hb A1c) no desenvolvimento da nefropatia. Este é um estudo transversal de base populacional, no qual se consideraram 5% para erro amostral e perdas. Consideradas variáveis independentes: sexo (M/F); idade; IMC (abaixo do peso, peso ideal, sobrepeso, obesidade leve, moderada e mórbida); uso de insulina; níveis de Hb A1c, e risco cardiovascular (Framingham). Variável dependente: estágios da Doença Renal, por meio de estimativa da TFG (estágio 1, TFG ≥ 90; estágio 2, TFG entre 60 e 89; estágio 3A, TFG entre 45 e 59; estágio 3B, TFG entre 30 e 44; estágio 4, TFG entre 15 e 29; e estágio 5, TFG < 15). Foram consideradas Doença Renal Oculta os estágios 1 e 2 sem proteinúria, e os demais foram concebidos como Doença Renal Crônica. Coletaram-se dados entre julho de 2014 e julho de 2015. A medida de associação foi OR, com IC de 95%. Para comparar variáveis categóricas, foi utilizado qui-quadrado. A significância foi de 5%, e foram selecionados 116 pacientes. Em 73,27% (n= 85) deles foi possível estimar a TFG por meio de exame de creatinina recente no prontuário. Mulheres (55,29% da amostra) apresentaram um risco significativamente maior de desenvolver estágio 3B da Doença Renal Crônica, corroborando o que é referido no estudo de Fontela et al. (2014), no qual 77,4% dos pacientes era do sexo feminino. Entre 70-79 anos houve maior risco para estágio 3A, e em pacientes com idade superior a 80 anos houve risco aumentado para estágio 3B. No artigo de Santos et al. (2015), encontra-se mais nefropatia na faixa etária de 60 a 79 anos da população referida, sendo o maior valor entre as demais faixas etárias estudadas. Quanto ao IMC, ocorreu associação significativa com baixo peso e o estágio 4. Pacientes com risco cardiovascular moderado (entre 10% a 20%) tinham maior risco para estágio 3A. Para a Sociedade Brasileira de Diabetes (2014), o aumento da albuminúria é um importante fator de risco para eventos coronarianos. Não houve associação entre o uso de insulina e o desenvolvimento da patologia. Observou-se maior risco em mulheres com idade superior aos 70 anos, baixo peso e risco cardiovascular moderado. Identificar os grupos de maior risco para o desenvolvimento da nefropatia diabética permite aos profissionais que atuam na atenção primária realizar a pesquisa precoce de desfechos renais possivelmente desfavoráveis e, a partir de sua detecção, estabelecer medidas preventivas para a evolução do quadro.

Palavras-chave: Nefropatias. Diabetes Mellitus. Atenção Primária à Saúde.

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Biografia do Autor

Suzane Cabral, UNOESC

Acadêmica do curso de Medicina UNOESC

Referências

FONTELA, Paula Caitano et al. Estimativa da taxa de filtração glomerular em pacientes com diabetes mellitus tipo 2. Rev. Assoc. Med. Bras., Ijuí, 2014, vol.60, p. 531-537.

MOREIRA, Humberto Graner et al. Diabetes Mellitus, hipertensão arterial e doença renal crônica: estratégias terapêuticas e suas limitações. Revista Brasileira de Hipertensão, 2008, vol. 15, p.111-116.

SANTOS, Aliny de Lima et al. Complicações microvasculares em diabéticos tipo 2 e fatores associados: inquérito telefônico de morbidade autorreferida. Ciência e Saúde Coletiva, 2015, vol.20, p.761-770.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. São Paulo: AC Farmacêutica, 2014.

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Publicado

2015-12-16

Como Citar

Conci Braga, D., Panka, M., & Cabral, S. (2015). FATORES ASSOCIADOS À NEFROPATIA DIABÉTICA EM PACIENTES DE UM MUNICÍPIO RURAL DE SANTA CATARINA. Anais De Medicina. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/anaisdemedicina/article/view/9475

Edição

Seção

Resumos