RASTREAMENTO DO CÂNCER COLORRETAL NO MUNICÍPIO DE ÁGUA DOCE, SANTA CATARINA

Autores

  • Jésse Batista Correa Junior UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
  • Orlando Alberton Neto UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
  • Denis Conci Braga

Resumo

O câncer colorretal (CCR) é um problema mundial, com incidência anual de cerca de um milhão de casos e uma mortalidade anual de mais de 500.000 (WORLD GASTROENTEROLOGY ORGANIZATION, 2007). O número absoluto de casos tende a aumentar, como resultado do envelhecimento e da expansão das populações, tanto em países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento (BRASIL, 2014). Os objetivos com este estudo foram rastrear a neoplasia colorretal na população adulta do Município de Água Doce, Santa Catarina, por meio da Pesquisa de Sangue Oculto Fecal (PSOF), e correlacionar a positividade da PSOF e a presença de lesões malignas e pré-malignas intestinais por meio da colonoscopia. Trata-se de estudo transversal, analítico e descritivo realizado com a atenção primária no Município de Água Doce, situado no Meio-Oeste de Santa Catarina. Foram solicitados exames de PSOF para os pacientes com mais de 50 anos, sem histórico familiar de neoplasia colorretal, que consultaram na Estratégia Saúde da Família no período de 2013 a 2015. Para os pacientes que apresentaram alteração na PSOF, um exame de colonoscopia foi solicitado. O estudo foi aprovado pelo CEP Unoesc/HUST sob o número do CAAE 6940513.7.0000.5367. Foram avaliados no período 425 pacientes; destes, 57,18% (n = 53) eram do sexo feminino. A média de idade para os pacientes com PSOF alterado foi de 63,89 anos. O exame foi positivo em 8,71% (n=37) deles, para os quais foi solicitada colonoscopia. Em 18,91% dos casos (n = 7) o exame foi normal. Em 67,56% (n = 25) foram verificadas alterações. As principais patologias vistas foram pólipos hiperplásicos (n = 9; 36%) e adenomas tubulares com displasia (n = 8; 32%). Os cólons ascendente e descendente foram os sítios de maior incidência das lesões, com 32% (n = 8) cada. Estudos recentes que têm utilizado a pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF) como forma de rastreamento e acompanhamento de pacientes sem fatores de risco para câncer colorretal demonstraram que o exame anual de PSOF pode diminuir em até 16% a mortalidade por esse câncer (PEREZ, 2008). A PSOF se constitui um método de detecção precoce para o CCR, sendo uma alternativa para o rastreamento em pacientes sem fatores de risco. Contudo, é necessária a complementação da investigação quando positiva, por meio de exame endoscópico. A colonoscopia exerce papel diagnóstico e terapêutico e é considerada o melhor exame preventivo do câncer colorretal, no entanto, em razão de seu alto custo e pelo fato de ser invasivo, torna-se inviável utilizá-lo como método padrão de rastreio.

Palavras-chave: Cancer colorretal. Rastreamento. Atenção Primária à Saúde.

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Referências

World Gastroenterology Organisation/International Digestive Cancer Alliance. WGO Practice Guidelines: Triagem do câncer colorretal, 2007, 1-19. Disponível em: <http://www.worldgastroenterology.org/assets/downloads/pt/pdf/guidelines/06_colorectal_cancer_screening_pt.pdf>. Acesso em: 15 Out. 2015.

Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer [Internet]. Estimativa 2014: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2014. Disponível em: <http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/0129ba0041fbbc01aa4fee936e134226/Apresentacao+Estimativa+2014_final+corrigido+tireoide.pdf?MOD=AJPERES&CACHEID=0129ba0041fbbc01aa4fee936e134226>. Acesso em: 15 Out. 2015.

PEREZ, Rodrigo Oliva et al . Instalação e resultados preliminares de programa de rastreamento populacional de câncer colorretal em município brasileiro. ABCD, arq. bras. cir. dig., São Paulo , v. 21, n. 1, Mar. 2008 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-67202008000100003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 15 Out. 2015.

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Publicado

2015-12-16

Como Citar

Batista Correa Junior, J., Alberton Neto, O., & Conci Braga, D. (2015). RASTREAMENTO DO CÂNCER COLORRETAL NO MUNICÍPIO DE ÁGUA DOCE, SANTA CATARINA. Anais De Medicina. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/anaisdemedicina/article/view/9400

Edição

Seção

Resumos