SOBREDIAGNÓSTICO – REVISÃO DA LITERATURA

Autores

  • Denis Conci Braga UNOESC
  • Julio Ebrain Neris UNOESC
  • Julia Carolina Nascimento UNOESC
  • Camila Bottin UNOESC

Resumo

O sobrediagnóstico (do inglês “overdiagnosis”) é um termo novo no meio médico e representa o diagnóstico por meio de métodos de imagem ou laboratorial de doenças que não causariam sintomas ou sequer levariam à morte o indivíduo diagnosticado. Os objetivos deste trabalho foram conceituar e apresentar o termo sobrediagnóstico mediante exemplos na prática médica e alertar os riscos que tal ação pode resultar ao paciente. Trata-se de uma revisão da literatura a partir de artigos científicos que continham o termo overdiagnosis entre 2009 e 2014. Foram encontrados 368 artigos sobre o tema. Estudos recentes apontam que até um terço dos cânceres de mama são sobrediagnosticados. Ainda, é possível encontrar casos de sobrediagnóstico em casos de neoplasias de próstata, tireóide, D. Alzheimer e transtornos depressivos. A preocupação em torno desse assunto se reveste de importância pelo fato de que muitos diagnósticos que não modificam a história natural da doença levam a tratamentos inoportunos, podem acarretar danos ao paciente, como aqueles decorrentes de efeitos adversos medicamentosos, além de gerar ansiedade no paciente. Soma-se, ainda, o aumento dos gastos com a determinada “doença”. Entre os pré-requisitos para que ocorra o sobrediagnóstico estão um reservatório de doença silenciosa e atividades que levam à sua detecção. Vários fatores culturalmente inseridos no pensamento médico contribuem para que esse fenômeno aconteça: rastreamento excessivo de doenças (especialmente neoplasias), avanço tecnológico dos métodos de imagem e mudança nas definições de doenças (maior amplitude nos critérios diagnósticos). É necessário cautela, pois o anseio médico de se fazer um diagnóstico precoce pode levar ao sobrediagnóstico e consequentemente ao sobretratamento (do inglês “overtreatment”), podendo causar mais danos do que benefícios ao paciente. Sabe-se que é extremamente difícil prever se uma doença assintomática irá ou não causar sintomas ou levar à morte no futuro; no entanto, esforços devem ser tomados para que possam ser estabelecidos critérios clínicos seguros, que ajudem em tais situações, ao priorizar a detecção e o tratamento dos casos em que a doença é sabidamente invasiva e prejudicial à saúde do paciente. Determinar o custo-benefício de cada situação é um desafio a ser enfrentado. Para tanto, o paciente deve ser informado acerca das vantagens e desvantagens de determinado método diagnóstico e a decisão sobre a investigação deve ser feita em conjunto com o médico, o que caracteriza a medicina centrada na pessoa.

Palavras-chave: Sobrediagnóstico. Rastreamento. Gastos em saúde. 

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Publicado

2014-05-20

Como Citar

Braga, D. C., Neris, J. E., Nascimento, J. C., & Bottin, C. (2014). SOBREDIAGNÓSTICO – REVISÃO DA LITERATURA. Anais De Medicina, 1(1), 37. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/anaisdemedicina/article/view/4639

Edição

Seção

Resumos