CISTO DE TARLOV – RELATO DE CASO

Autores

  • Barbara Andreis UNOESC
  • Silnara Aline Rossi UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina
  • Denis Braga

Resumo

O cisto de Tarlov é uma dilatação cística no espaço subaracnóideo no canal sacral ao nível da junção da raiz dorsal com o gânglio espinhal, entre o perineuro e o endoneuro (TARLOV, 1952). O objetivo no presente estudo foi descrever, a partir de um relato de caso, a epidemiologia do cisto de Tarlov, bem como os sintomas associados e seu aspecto em exames de imagem. Tal relato justifica-se pela necessidade de disseminar o conhecimento acerca desta patologia com o intuito de aumentar a sensibilidade diagnóstica dos profissionais médicos que atuam na atenção primária. Trata-se de um relato de caso atendido na Estratégia de Saúde da Família (ESF) Irmã Thereza Uber, situada no Município de Água Doce, região Meio-Oeste do Estado de Santa Catarina. Paciente do sexo feminino, 50 anos, compareceu à ESF com resultado de ressonância magnética da coluna lombo-sacra, a qual evidenciava cisto perineural no nível S2-S3, cujas dimensões eram 2,7 x 1,0 cm. Os sintomas presentes eram lombalgia e parestesia do membro inferior direito. Foi orientado o uso de anti-inflamatórios não esteroidais para alívio da sintomatologia, e a paciente foi encaminhada para avaliação ortopédica em razão da presença do cisto. Em estudo que analisou 500 ressonâncias magnéticas de coluna lombo-sacral, 23 delas mostraram cistos perineurais, logo, uma prevalência de 4.6%. Quando sintomáticos, os cistos podem desencadear comprometimento radicular, como dor nos membros inferiores e região perineal, alterações esfincterianas, déficit motor, disestesias, hipoestesias, e lombalgia e sacralgia isoladas (TARLOV, 1970). Tais sintomas são compatíveis com o quadro apresentado pela paciente. O diagnóstico do cisto de Tarlov ocorre por meio de exames de imagem. Na radiografia simples da região lombossacra os cistos podem estar associados a achados radiológicos, como erosão no sacro e até mesmo imagens hipotransparentes paravertebrais (PEH; EVANS, 1992). A tomografia computadorizada mostra erosão óssea, imagens com bordas de espessamento ósseo (cisto remodelando o sacro) e o cisto, principalmente os gigantes (ACOSTA, 2003). Já a ressonância magnética, que constitui o padrão ouro para o diagnóstico desta lesão, pode mostrar o cisto, sua expansão para o canal central sacral, o alargamento do forame neural e a compressão local ou de outras raízes adjacentes ao cisto (SÁ, 2004). O cisto de Tarlov deve estar entre possíveis diagnósticos diferenciais para doenças da coluna lombo-sacra. O diagnóstico deve ser feito precocemente para instituir o tratamento necessário; além disso, outras hipóteses de doenças associadas devem ser descartadas.

Palavras-chave: Cistos de Tarlov. Dor lombar. Imagem por ressonância magnética.

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Biografia do Autor

Barbara Andreis, UNOESC

CIÊNCIAS DA VIDA

Silnara Aline Rossi, UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina

CIÊNCIAS DA VIDA

Referências

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Publicado

2016-10-26

Como Citar

Andreis, B., Rossi, S. A., & Braga, D. (2016). CISTO DE TARLOV – RELATO DE CASO. Anais De Medicina. Recuperado de https://periodicos.unoesc.edu.br/anaisdemedicina/article/view/12078

Edição

Seção

Resumos